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quarta-feira, outubro 26

Judeus Russos II


Grand Choral Synagogue - St Petersburg
Aproveitando-se da atividade econômica já exercida por várias famílias judias, Alexandre II começou a beneficiar os judeus pródigos em atividades capitalistas e artísticas para que estes viessem a contribuir para o crescimento econômico da Rússia. 

As duas décadas subseqüentes apresentaram uma explosão na economia russa e em conjunto a isto, muitos judeus se beneficiaram. A atividade banqueira, a construção ferroviária e a mineração destacaram famílias judias que até chegaram a obter títulos de nobreza. 

Em 1881, Alexandre II foi assassinado em um atentado contra a coroa e, entre os seus assassinos, estava uma jovem judia. A mídia cresce contra os judeus e criam-se histórias de conspirações judaicas para controlar o país. Quando o sucessor da coroa, Alexandre III, toma o poder, instantaneamente começam a haver pogroms em toda Rússia, incluindo vilarejos dentro da Cherta (A região de Assentamento). 

Neste mesmo ano, o czar criou as Leis de Maio. Estas apontavam que os pogroms contra os judeus eram resultado de um ódio popular e, portanto, o governo deveria restringir a atividade desta minoria. Atividades econômicas e escolaridade foram limitadas, o território permitido de moradia foi diminuído. Como resultado, 40% dos 4 milhões de judeus russos estavam pobres e a emigração aumentou drasticamente. 

Em 1895, a vida dos judeus na Rússia se tornou uma rotina de perseguições com a subida ao trono do czar Nicolau II. Conhecido como o czar dos pogroms, Nicolau II usou o povo judeu como bode expiatório para o ensaio revolucionário de 1905 (série de manifestações, iniciadas após a derrota na Guerra Russo-Japonesa, pelo controle da Coréia e da Manchúria, contra o regime absolutista, que, posteriormente, foram consideradas precedentes da revolução comunista de 1917). Ataques a vilarejos foram patrocinados, panfletos anti-semitas, incluindo os Protocolos dos Sábios de Sião (documento forjado com o objetivo de canalizar a raiva contra o sistema para os judeus e apresentar a nobreza como protetora contra os judeus), foram distribuídos amplamente para a população, que rapidamente aderiu à causa, realizando os ataques às moradias judaicas. 

Em 1917 as revoluções russas (de Fevereiro e Outubro, pelo calendário juliano) acabaram com o reinado czarista de mais de 300 anos. A revolução aparecia como um refúgio contra a opressão dos absolutistas, sendo assim, diversos judeus aderiram a causa revolucionária liderando grupos esquerdistas. 

Grand Choral Synagogue (interior) - St Petersburg
Alguns meses depois da revolução menshevique (de Fevereiro, moderada), o Exército Vermelho (bolshevique, radical) se voltou contra o governo de Alexander Kerensky (um menshevique) na revolução de Outubro. Esta teve amplo apoio dos judeus que se opunham ao Exército Branco, que era basicamente, uma confederação desorganizada de exércitos que se opunham ao bolshevismo e que eram acusados de representar os interesses estrangeiros (de fato, os exércitos brancos foram financiados por outros países). O Exército Branco resistiu até 1923, mas nunca conseguiu coordenar suas várias frentes de batalha; o único denominador comum entre seus soldados e oficiais era a oposição ao exército vermelho, motivo pelo qual muitos cossacos se juntaram.

Com a revolução de outubro (e a paz de Brest-Litovsk, um ano depois, com a Alemanha), as fronteiras russas foram diminuídas e, assim, o número de judeus que permaneceram no país diminuiu drasticamente: só restavam 2 milhões e 500 mil. Estes eram grandes contribuintes para o comando soviético entrando para o exército vermelho (fundado pelo judeu Trotski) ou mesmo liderando algum grupo apoiador do governo. Mas o ideal comunista não aceitava religiões e logo ritos e tradições foram proibidos. Escolas foram fechadas e mesmo a impressão de livros sagrados foi impedida. Esta campanha contra a cultura judaica religiosa foi liderada principalmente por Joseph Stalin. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, o exército soviético tinha 4,4% de seus soldados judeus o que os levou a uma importante peça para a força da armada russa. 

A repressão contra a cultura judaica na Rússia continuou mesmo depois da morte de Stalin e só foi cessada no governo do presidente Gorbatchev e sua política Glasnost (em russo: transparência). Gorbatchev, que assumiu o poder em 1985, iniciou um processo de abertura do regime comunista, desarmamento parcial, democratização e liberdade. 

Hoje em dia, a comunidade judaica russa é a 4ª maior do mundo, perdendo de Israel, EUA e França. Existem inúmeras entidades judaicas, incluindo 4 universidades. Os judeus russos são importantíssimos para a história do povo, pois demonstram que mesmo com miséria e opressão, o judaísmo pode continuar vivo.

Fonte:Chazit.Com

Foto: Guide-Guru Inc

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