A história dos judeus na Hungria começa antes do século IX, quando essa ainda era chamada de Panônia e era dominada pelos Romanos. Instalada principalmente nas cidades de Buda, Antiga Buda, Esztergom, Sopron e Tata, a comunidade judaica húngara cresceu a partir do século XI, com a vinda de imigrantes da Alemanha, Boemia e Morávia.
Exceto por algumas proibições impostas pela Igreja Católica, a vida dos judeus na Hungria foi relativamente fácil até o século XIV. Isso devia-se à proteção concedida por reis como Bela IV, que em 1251 declarou leis que concediam direitos legais aos judeus e facilitavam a imigração judaica.
Em contrapartida à proteção aos judeus concedida pela realeza húngara, a Igreja, unida a famílias nobres criou leis anti-semitas como o artigo do Touro Dourado de 1222 que tirava títulos de nobreza de judeus.
Do ano 1342 ao ano 1382 reinou Luís, o Grande que favoreceu a Igreja Apostólica Romana o que fez o anti-semitismo crescer com rapidez até 1360 quando os judeus foram expulsos do país por quatro anos, acusados de propagarem a Peste Negra.
O século que se sucedeu foi marcado por um anti-semitismo alarmante que culminou em um libelo de sangue que queimou 16 judeus vivos.
A Independência Húngara chegou ao fim em 1526, com a batalha de Mohács contra o Império Otomano. Esta guerra dividiu o país em três partes (meridional, oriental, e ocidental), o que dispersou os judeus pela península Balcânica. Quinze anos depois, os otomanos conquistaram Buda, Pest e a antiga Hungria Central. Como os judeus não eram recriminados pelos turcos, podendo exercer diversas profissões e tendo liberdade religiosa, a imigração se intensificou para esta região, principalmente de sefaraditas oriundos da Ásia Menor.
No final do século XVII uma poderosa dinastia Austríaca chamada de Casa de Habsburgo dominou a região húngara, antes controlada pelos turcos. A proteção concedida aos judeus pelo povo otomano desapareceu rapidamente e logo que a cidade de Buda foi tomada pelas tropas dos Habsburgo, o bairro judeu foi saqueado e aproximadamente quinhentos habitantes foram mortos. Mesmo com a ameaça do anti-semitismo sustentado pelos Habsburgos, a população judaico-húngara triplicou em 35 anos (1700- 1735) devido aos emigrantes alemães, poloneses, morávios, austríacos e galécios.
A condição de vida dos judeus no império dos Habsburgos dependia dos ideais dos imperadores austríacos, como por exemplo a Imperatriz Maria Theresa, que expulsou o povo de Israel de Buda, e seu sucessor José II, que chegou permitir a moradia de judeus em cidades da realeza.
Em meados 1800 a população de judeus na Hungria se aproximava de 100 mil pessoas, o que possibilitou a criação de novas grandes comunidades como a que se estabelecia no nordeste húngaro, na região de Rutênia-sob-os-Cárpatos.
Continua...
Fonte: Chazit Hanoar
Foto: Rui Pinto
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