Imigrantes africanos fazem fila para receber comida quente preparada por voluntários em um parque de Tel Aviv
O ministro das Relações Exteriores de Israel, o ultradireitista Avigdor Lieberman, condenou nesta segunda-feira a violência de cunho racista das últimas semanas cometida contra imigrantes subsaarianos e criticou o ministro do Interior, o ultra-ortodoxo Eli Yishai, por suas recentes declarações xenófobas.
"A história judaica nos obriga a ser excepcionalmente cautelosos nesses assuntos", diz o comunicado do ministro das Relações Exteriores, que surpreendeu a imprensa local com sua inabitual moderação.
Geralmente conhecido por suas posturas direitistas no conflito palestino-israelense, Lieberman condenou de forma taxativa os ataques cometidos em várias cidades de Israel contra imigrantes ilegais, entre eles o da madrugada passada em Jerusalém.
Dez imigrantes da Eritreia ficaram feridos na última madrugada por inalação de fumaça quando um incêndio criminoso atingiu sua casa no centro de Jerusalém, e dois tiveram de ser hospitalizados, confirmou à Agência Efe um porta-voz da polícia.
O jornal "Yedioth Ahronoth" informou que os agressores tinham escrito na parede os dizeres "Vão embora de nosso bairro".
"Não há justificativa para um crime abominável que põe em perigo a vida de pessoas", indica a nota de imprensa da Chancelaria israelense. "Ninguém tem o direito de violar a lei e recorrer à violência contra outros nem pôr em perigo suas vidas".
Horas antes, em uma conferência na cidade de Eilat, o ministro tinha criticado as duras declarações do ministro de Interior, que disse que Israel pertence ao "homem branco" e definiu os cerca de 60 mil imigrantes subsaarianos que vivem em Israel como "trabalhadores migratórios", em contraposição com a definição de "refugiados" defendida por grupos de direitos humanos.
Para o ministro israelense de Exteriores, declarações como as de Yishai "nos fazem retroceder seis meses" nas negociações com os países de origem para que os aceitem outra vez, informa o site do jornal "Ha''aretz".
"Todos esses falatórios não solucionam problemas. Tivemos avanços significativos nas conversas com seus países de origem (dos imigrantes) e, infelizmente, nas duas últimas semanas, todos os nossos esforços foram apagados", lamentou o chanceler.
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