A volta da insanidade.
Não tenho o hábito de festejar a morte ou ruína de ninguém, tampouco me apraz ver imagens de homens outrora poderosos, sendo submetidos ao escárnio, ao ridículo, a humilhação em praça pública. Ao analisar ontem a morte do senhor Kadhafi, limitei-me a um par de linhas, que foram publicadas num blog de um amigo.
A cada dia me pego acreditando que o tempo passa e nada
muda. Sim, é verdade que passamos por alguns momentos breves de calmaria, pequenos
intervalos onde as mentes se deixam tomar pela razão, mas infelizmente isso
dura muito pouco e logo uma sombra teima em pairar sobre alguns. Esses acabam
trazendo a escuridão nos pensamentos e são seguidos por aqueles que se vêem incapazes
de definir um pensamento próprio.
Não tenho o hábito de festejar a morte ou ruína de ninguém, tampouco me apraz ver imagens de homens outrora poderosos, sendo submetidos ao escárnio, ao ridículo, a humilhação em praça pública. Ao analisar ontem a morte do senhor Kadhafi, limitei-me a um par de linhas, que foram publicadas num blog de um amigo.
“Como alguns Césares, alguns ditadores, alguns hitleristas, ou alguns de seus pares, Kadhafi não teve um bom fim. Essa é sempre a
porta de saída daqueles que desrespeitam a vida e que olham por sobre o ombro,
imaginando ser detentor de toda a verdade.”
Espantou-me então o fato de que não mais a morte do líbio e sim a
minha origem passasse a ser alvo de análises. Algumas por demais estapafúrdias e
descabidas, outras, velhas conhecidas, retiradas de encanecidos livros de
intolerância. Qualquer ser pensante ou
com um mínimo domínio de interpretação de textos verá que não há festejos de
minha parte, e nem de longe, exalto a vitória sionista sobre o oprimido povo
árabe. Se não bastasse pensar que não há vitória na morte de quem quer que
seja, não há nesse conflito líbio o envolvimento de Israel. Os conhecidos episódios envolvendo o Senhor
Kadhafi e Israel, estão na história, talvez esquecidos, talvez já sem sentido.
É passado banhado a muito sangue israeli, muitas lágrimas e sofrimentos. Mas
é passado!
Usar o episódio da morte de Kadhafi, para remoer-se em ódios
descabidos e ruminar anti-semitismo é tão ou mais vergonhoso que a exibição de
seu corpo semimorto e agonizante a ser tratado com desrespeito e falta de
humanidade.
Foto: NatGeo
3 comentários:
Agora entendi a sua postagem sobre amor ao próximo.
Nem liga maninho, a vida é cheia de gente mal amada.
Não ligo mais. Nem vale o stress.
Embore acho que o fim do Kadhaffi foi a sua altura no sentido do ato, fiquei triste porque acho que ele deveria ter sido preso e condenado, além disso penso que o povo libio não devia comemorar sua morte, mas a chance única que poucos povos tem de reconstruir sua história.
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