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sexta-feira, outubro 21

Ver Chifres Em Cabeça de Cavalo


A volta da insanidade.

A cada dia me pego acreditando que o tempo passa e nada muda. Sim, é verdade que passamos por alguns momentos breves de calmaria, pequenos intervalos onde as mentes se deixam tomar pela razão, mas infelizmente isso dura muito pouco e logo uma sombra teima em pairar sobre alguns. Esses acabam trazendo a escuridão nos pensamentos e são seguidos por aqueles que se vêem incapazes de definir um pensamento próprio.


Não tenho o hábito de festejar a morte ou ruína de ninguém, tampouco me apraz ver imagens de homens outrora poderosos, sendo submetidos ao escárnio, ao ridículo, a humilhação em praça pública. Ao analisar ontem a morte do senhor Kadhafi, limitei-me a um par de linhas, que foram publicadas num blog de um amigo.

Como alguns Césares, alguns ditadores, alguns hitleristas,  ou alguns de seus pares,  Kadhafi não teve um bom fim. Essa é sempre a porta de saída daqueles que desrespeitam a vida e que olham por sobre o ombro, imaginando ser detentor de toda a verdade.”
  
Espantou-me então o fato de que não mais a morte do líbio e sim a minha origem passasse a ser alvo de análises. Algumas por demais estapafúrdias e descabidas, outras, velhas conhecidas, retiradas de encanecidos livros de intolerância.  Qualquer ser pensante ou com um mínimo domínio de interpretação de textos verá que não há festejos de minha parte, e nem de longe, exalto a vitória sionista sobre o oprimido povo árabe. Se não bastasse pensar que não há vitória na morte de quem quer que seja, não há nesse conflito líbio o  envolvimento de Israel.  Os conhecidos episódios envolvendo o Senhor Kadhafi e Israel, estão na história, talvez esquecidos, talvez já sem sentido. É passado banhado a muito sangue israeli, muitas lágrimas e sofrimentos. Mas é passado!

Usar o episódio da morte de Kadhafi, para remoer-se em ódios descabidos e ruminar anti-semitismo é tão ou mais vergonhoso que a exibição de seu corpo semimorto e agonizante a ser tratado com desrespeito e falta de humanidade.

Foto: NatGeo

3 comentários:

Victor Dimitrov disse...

Agora entendi a sua postagem sobre amor ao próximo.
Nem liga maninho, a vida é cheia de gente mal amada.

Leco disse...

Não ligo mais. Nem vale o stress.

Gustavo Dias Gonçalves disse...

Embore acho que o fim do Kadhaffi foi a sua altura no sentido do ato, fiquei triste porque acho que ele deveria ter sido preso e condenado, além disso penso que o povo libio não devia comemorar sua morte, mas a chance única que poucos povos tem de reconstruir sua história.