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quinta-feira, novembro 8

Os Judeus Na Dinamarca Durante A II Guerra Mundial



A comunidade judaica 1940 a 1943

O destino da comunidade judaica durante a ocupação nazista  foi em grande parte determinado pela postura dos dinamarqueses quanto aos judeus de seu país. Na Dinamarca, eles continuaram a ser cidadãos com plenos direitos. Diferentemente do que ocorrera em outras partes, as autoridades locais não exigiram que eles registrassem propriedades e bens – que jamais foram confiscados – nem foram demitidos de seus empregos, além de não haver qualquer restrição à sua movimentação seja de dia ou de noite.

A recusa do governo em adotar medidas discriminatórias contra os judeus e o apoio aberto do rei Cristiano X à comunidade judaica deram origem a uma história apócrifa: quando os nazistas exigiram que os judeus usassem a Estrela de David em suas roupas, o monarca foi o primeiro a usá-la, sendo seguido por toda a população. Na realidade, jamais foi cogitado que os judeus dinamarqueses usassem a Estrela. Apesar de não ser verdadeira, essa história reflete a firme posição do rei em relação aos judeus de seu reino. Os alemães periodicamente questionavam o status dos judeus dinamarqueses, mas o governo sistematicamente respondia que na Dinamarca não havia nenhum “Problema Judaico”. Os judeus eram cidadãos como todos os demais e como tal seriam tratados.


A opinião do povo dinamarquês foi expressa claramente em 1942, pelo professor Koch, líder da União Dinamarquesa de Movimentos Juvenis. Em resposta a declarações feitas por um jornal pró-nazista local, Koch afirmou que qualquer tipo de “sugestão” de adoção de alguma medida que pudesse vir a prejudicar a vida dos judeus deveria ser categoricamente rejeitada, “pois esta era uma questão tanto de justiça e respeito aos judeus quanto da preservação da liberdade e da lei dinamarquesas”.

Perante o firme posicionamento dos dinamarqueses, Berlim sabia que não seria “oportuno” atacar a pequena comunidade judaica local, pelo menos enquanto o governo se mantivesse cooperativo.

Houve uma única mancha, recém-descoberta, na postura das autoridades dinamarquesas. Entre 1940 e 1943, o governo expulsou, para a Alemanha, 21 refugiados judeus. E esse número poderia ter sido bem maior se os partidários de uma maior cooperação com os nazistas tivessem agido mais livremente. Estes fatos vieram à tona em 1997, durante pesquisas sobre refugiados judeus na Islândia. Até então, os historiadores dinamarqueses acreditavam que nenhum judeu havia sido expulso da Dinamarca durante a ocupação nazista.

Mas, de modo geral, a vida judaica sob ocupação nazista seguiu sem sobressaltos . A comunidade continuou a funcionar normalmente inclusive mantendo os serviços religiosos. Houve duas tentativas de incendiar a sinagoga de Copenhague – em 1941 e 1942, mas a intervenção policial a tempo, com a prisão dos culpados, evitou a tragédia.

A situação vai mudar drasticamente em agosto de 1943.

Continua no post abaixo.

Fonte: Revista Morashá

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