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quinta-feira, junho 21

Eu Mesmo...




"Eu não sei o que eu possa parecer para o mundo, mas para mim eu pareço ter sido apenas como um garoto brincando na praia e me divertindo de vez em quando, encontrando uma pedra arredondada ou uma concha mais bonita que as comuns, enquanto o grande oceano da verdade respousa desconhecido perante mim".

Issac Newton

sábado, junho 16

Nada De Lamentações



"A vida não aprecia aqueles que se lamentam. Ela coloca-os de lado.

Ela ama aqueles que a amam."

A. Rubinstein

sábado, junho 9

In Liverpool



Lembro de crescer ouvindo a Suzanne Vega em nossa casa.

Tardes de sol... de chuva. Invernos e verões.

Meus pais são fans dessa cantora de voz suave. E hoje, para me fazer mais próximo de casa, num final de tarde, de um quase inverno chuvoso, ouço baladas antigas.

sexta-feira, junho 8

Bonsai



A arte do bonsai surgiu na China e foi desenvolvida no Oriente, onde é considerada uma expressão da harmonia entre o céu e a terra, o homem e a natureza. Fundamentos espirituais do Bonsai encontram-se na filosofia de vida oriental, fundada no Taoísmo. Cultivar um bonsai requer muito cuidado e atenção, mas como recompensa traz tranqüilidade para a mente, a sensação de estar conectado com a natureza e ainda, realização interior.  Através dele, seu cuidador revive o ritmo das estações, e nutre dentro de si o poder da criatividade que define como ele molda suas árvores.

O “pun-sai” (nome do Bonsai na China), começou  a ser cultivado por monges budistas e taoístas, como uma forma de trazer os elementos e mistérios das florestas, caminhos que percorriam, para o templo. O cultivo das pequenas árvores exigia concentração e colaborava para a prática da meditação. Há inúmeros mitos e lendas em torno do bonsai chinês, com formas trabalhadas para representar paisagens e imagens que remetem a dragões de fogo, aves e serpentes.

Os mestres chineses de hoje fazem uma distinção entre “pun-sai”e “pun-ching”. A palavra “pun-sai” significa uma árvore plantada em um recipiente sem qualquer paisagem, enquanto “pun-ching”, significa uma árvore que está plantada em um recipiente ou em uma bandeja com traços paisagísticos. A palavra “pen-jing” representa ambas as formas de bonsai.

quinta-feira, junho 7

Golem



Este assunto desperta o interesse de muita gente, inclusive crianças, para quem o Beit Chabad já publicou histórias em quadrinhos contando a história do Golem.

O Golem foi criado no ano de 1580 em Praga pelo Rabi Yehuda Loevy, conhecido como o Maharal de Praga.

Yossef, ou Golem, foi criado a partir dos quatro elementos (fogo, terra, água e ar) através do conhecimento cabalístico do Maharal que obteve permissão Divina de recorrer a forças espirituais especiais para criar um ser como o Golem.

Ele era um ser sagrado, sem vida (desprovido de alma), e andava e obedecia a todas as ordens do Maharal. Era extremamente forte, mas não podia se expressar através da fala, pois este dom é privilégio exclusivo das almas Divinas.

Golem foi criado com o objetivo de proteger os judeus que foram ameaçados de extermínio através da intriga de seus inimigos e os salvou poupando muitas vidas. O Golem transformou o pesadelo do extermínio em salvação.

Quando o povo judeu não sofria mais ameaças, sua existência perdeu sentido, pois sua missão já fora cumprida.

Quem visita Praga atualmente poderá entrar na sinagoga do Maharal, local provável onde está enterrado o Golem (dizem que está no sótão), mas a presença de pessoas é vetada neste recinto, porque conforme os relatos, ela perde a própria vida.

Do Chabad.org


Sobrenomes Poloneses

Paul Garfunkel – festa de polacos, 1979

Os Sobrenomes poloneses  nativos, da mesma maneira que sobrenomes de outras nações da Eslovenia (região ao norte da antiga Iugoslavia), podem ser divididos em três grupos principais:

    • Os que esses derivaram de apelidos originais, como nomes de animais, árvores, coisas, profissões,

    • Os que derivaram do nome de registro ou profissão do pai (patronimicos)

    • Os que derivaram de nomes de cidades, aldeias, regiões etc. (toponimicos)

Isto pode parecer simples, mas em muitos casos é quase impossível determinar se um determinado sobrenome é derivado do nome de uma profissão ou do nome da aldeia que tinha esta profissão em sua raiz. Podem ser tratados os sobrenomes derivados de profissões como sócios de qualquer um dos grupos anteriores.

Os idiomas da Eslovenia usam muitos sufixos para formar sobrenomes. Como um exemplo olhemos para a profissão " Kowal " (ferreiro). Considerando que o idioma inglês tem um sobrenome " o Smith ", e o alemão vários deles, Schmitt ", Schmidt " etc. (que só se diferem pela soletração), o idioma polonês pode somar numerosos sufixos (às vezes até mesmo vários no mesmo nome). Então, por parte do sobrenome " Kowal " nós temos Kowalski, Kowalik, Kowalewski, Kowalak, Kowalka, Kowalkowski, e Kowalczyk, para nomear apenas alguns que são freqüentemente mais usado.

quarta-feira, junho 6

O Dia D


O dia 6 de junho de 1944 entrou para a história como o Dia D. Neste dia, os aliados ocidentais iniciaram a ofensiva contra as tropas alemãs no Canal da Mancha.

Durante anos, a decisão por uma grande ofensiva sobre o Canal da Mancha foi motivo de fortes controvérsias entre os aliados ocidentais. Inicialmente, não houve consenso quanto à proposta da União Soviética de abrir uma segunda frente de batalha na Europa Ocidental, a fim de conter as perdas russas nos violentos combates contra as Forças Armadas alemãs.

Somente no final de 1943, decidiu-se em Teerã planejar para a primavera europeia seguinte a chamada Operação Overlord – a maior operação aeronaval da história militar.

Nos meses seguintes, mais de três milhões de soldados norte-americanos, britânicos e canadenses concentraram-se no sul da Inglaterra para atacar os alemães na costa norte da França. Além disso, dez mil aviões, sete mil navios e centenas de tanques anfíbios e outros veículos especiais de guerra foram preparados para a operação.

Operação anunciada pelo rádio

A 6 de junho de 1944, foi anunciada pelo rádio a chegada do Dia D - o Dia da Decisão. A operação ainda havia sido adiada por 24 horas, devido ao mau tempo no Canal da Mancha e, por pouco, não fora suspensa.

Jonas E O Grande Peixe



O capitulo 10 do Midrash Pirkê deRabi Eliezer, assim como o Zohar em Vayachel e também Bereshit Rabá v.5, contam alguns detalhes interessantes sobre o peixe que engoliu o profeta Yonah quando foi lançado ao mar.

O Grande Peixe (דג גדול) que o engoliu já estava preparado desde o sexto dia da Criação. Os olhos do peixe pareciam como "janelas feitas do mais puro e cristalino vidro", por onde Yonah podia ver e apreciar todo o mar. O Midrash continua dizendo que Yonah podia conversar com o peixe e até mesmo dizer para onde queria que o peixe o levasse. No mesmo Midrash, Rabi Tarfon diz que Yonah entrou pela boca do peixe "como um homem entra em uma Grande Sinagoga". Rabi Meir diz que havia dentro da barriga do peixe uma "pedra preciosa" que iluminava Yonah como a luz do meio-dia e permitia-o observar o fundo do mar.

Em nenhum momento do relato Yonah parece ter algum tipo de medo, fome ou preocupação. Durante os 3 dias e 3 noites que ele permaneceu dentro da barriga do peixe, ele não pediu socorro. Em suas orações ele descreve (2: 3-10) todo o tour que ele fez pelo mar dentro do peixe. 3 dias depois Yonah é deixado em terra seca e decide ir para Ninveh (Iraque).

Postado Originalmente: 08 FEVEREIRO 2010
Por: Take Me To Your Rabbi

terça-feira, junho 5

Bairro Coreano Em Jerusalém



Entre a multidão de israelenses e adolescentes americanos nas noites de sábado no calçadão da Rua Bem Yehuda em Jerusalém, um grupo de coreanos cantando hinos chama a atenção.

Um dos sinais mais públicos desta pequena, mas crescente comunidade de sul-coreanos em Israel, muitos dos quais vêm à Terra Santa porque são cristãos evangélicos. Não muito longe da Ben Yehuda, há um restaurante coreano na Rua Shamai e cinco pequenas igrejas coreanas.

"Israel reflete a verdade do Tanach", Yung Doo, um homem coreano com 30 e poucos anos que se mudou para Israel há dois anos com sua família para fazer uma pós-graduação em estudos bíblicos, explica, usando a palavra hebraica para Bíblia. "Esta é a terra de Davi e Saul".

Embora ainda não haja estimativas oficiais, o embaixador da Coréia do Sul em Israel, Ilsoo Kim, estima que existam cerca de 800 coreanos compondo cerca de 300 famílias vivendo em Israel. Este número, segundo ele, vem crescendo nos últimos anos. Eles residem principalmente em torno do Morro Francês e no bairro Pisgat Ze'ev em Jerusalém. "Muitos já vivem aqui há muito tempo", disse Kim. "Isso reflete os seus sentimentos".

A maioria dos coreanos em Israel tem visto de estudante com vários anos de duração. Muitos estudam a Bíblia em universidades israelenses ou na Universidade da Terra Santa, uma escola de pós-graduação cristã, frequentada por asiáticos. Cerca de 30 por cento dos coreanos são cristãos.

Alguns decidem permanecer em Israel. Kim Kyung Ok, 67 anos, é uma coreano-americana que veio de Nova Jersey há três anos com o marido, um pastor, que havia acabado de se aposentar da sua igreja."Não há lugar no mundo como Jerusalém", disse Kyung, que gosta que lhe chamem de Hannah, como a mãe de Samuel na Bíblia, e que pontilha suas conversas com citações da Bíblia.

"Aquele que abençoa os filhos de Abraão será abençoado e quem amaldiçoa Israel, será amaldiçoado", disse ela, citando uma passagem da Bíblia, frequentemente citada por cristãos evangélicos. "O presidente do Irã amaldiçoou Israel. Eu quero ver o que vai acontecer com ele".

Original: Arizona jewish Post
Tradução: By Magal

Mar Oceano



Para além daquelas que hoje se chamam colunas de Hércules, achava-se um grande continente dito Posseidônis ou Atlântis (...) maior que a Ásia e a Líbia tomadas juntas, e dele se podia ir para outras ilhas e destas ilhas novamente para a terra firme que circunda o mar..."

" Apesar de ser uma história estranha é certamente verdadeira."

Platão – Timeu e Crítias


Minha participação no Jornaleco se faz com a publicação do livro Mar Oceano, onde narro as aventuras de um menino curioso que sempre está envolvido em 'aventuras' e delas sempre tira lições.

Mar Oceano é muitas vezes uma viagem, onde navego em sonhos meus, percorrendo como em cartas náuticas um passado muito agradável e deixando sempre vivo o espírito que me moveu e me moldou.

O Mar Oceano não seria possível sem a presença de três grandes homens, meus mestres, mentores e faróis. O Sr. Mathias Schain, meu avô paterno, o Sr. Thomas D Schor, meu avô materno e o meu amado pai Sr. Benjamin Schain. 

Também é peça fundamental para que eu publicasse o Mar Oceano, uma jornalista que me deixa louco as vezes... possuido outras, mas que aprendi a amar imensamente. É a M. R. Karim Blair, minha grande amiga e apoiadora. Serei sempre grato por acreditar em minha pessoa.

Essa é a minha página no Jornaleco: http://www.jornaleco.net/Leco/Index.htm

A ilustração foi criada usando a foto Little boy sitting on palm © Alexander Shalamov.

Jornaleco


Se há algo que tive muito orgulho de participar foi do Jornaleco, que é um jornal ligado a literatura, fundado em 17 de Abril de 2002 na cidade de São Paulo.

Naquele ambiente aprendi muito, cresci e abri a minha mente. Pude dar vazão a meus “recuerdos” e dar vida a alguém que teima em me acompanhar.  Por motivos alheios à razão, deixei de dar continuidade a esse processo de enriquecimento e perdi a chance de subir muitos degraus. Mas tudo tem o seu tempo e ele rege os nossos caminhos.

Então, esse tempo me trás de volta ao Jornaleco. Vejo agora como uma nova oportunidade de retomar o processo, voltar à estrada e exercitar os ensinamentos de meus sábios avós. Crescer é aprender, é agarrar a chance de conhecer, de absorver de quem sabe mais o conhecimento necessário para se ser alguém melhor e mais sábio.

E dessa vez, embarco numa viagem ao lado de grandes colaboradores. Escritores, cronistas de grande capacidade, que colaboram com o Jornaleco a cada mês. Ganharei muito e saberei que estarei sempre muito bem acompanhado.

Anselmo Heidrich
Fátima Silva
Janer Cristaldo
Márcia Denser
Mécia Rodrigues
e
Šwøk

São os colunistas atuais do Jornaleco, a quem me junto com grande orgulho e expectativas!

Clique na imagem para visitar o Jornaleco


segunda-feira, junho 4

Chanceler de Israel Condena Violência Contra Imigrantes


Imigrantes africanos fazem fila para receber comida quente preparada por voluntários em um parque de Tel Aviv

O ministro das Relações Exteriores de Israel, o ultradireitista Avigdor Lieberman, condenou nesta segunda-feira a violência de cunho racista das últimas semanas cometida contra imigrantes subsaarianos e criticou o ministro do Interior, o ultra-ortodoxo Eli Yishai, por suas recentes declarações xenófobas.

"A história judaica nos obriga a ser excepcionalmente cautelosos nesses assuntos", diz o comunicado do ministro das Relações Exteriores, que surpreendeu a imprensa local com sua inabitual moderação.

Geralmente conhecido por suas posturas direitistas no conflito palestino-israelense, Lieberman condenou de forma taxativa os ataques cometidos em várias cidades de Israel contra imigrantes ilegais, entre eles o da madrugada passada em Jerusalém.

Dez imigrantes da Eritreia ficaram feridos na última madrugada por inalação de fumaça quando um incêndio criminoso atingiu sua casa no centro de Jerusalém, e dois tiveram de ser hospitalizados, confirmou à Agência Efe um porta-voz da polícia.

O jornal "Yedioth Ahronoth" informou que os agressores tinham escrito na parede os dizeres "Vão embora de nosso bairro".

"Não há justificativa para um crime abominável que põe em perigo a vida de pessoas", indica a nota de imprensa da Chancelaria israelense. "Ninguém tem o direito de violar a lei e recorrer à violência contra outros nem pôr em perigo suas vidas".

Horas antes, em uma conferência na cidade de Eilat, o ministro tinha criticado as duras declarações do ministro de Interior, que disse que Israel pertence ao "homem branco" e definiu os cerca de 60 mil imigrantes subsaarianos que vivem em Israel como "trabalhadores migratórios", em contraposição com a definição de "refugiados" defendida por grupos de direitos humanos.

Para o ministro israelense de Exteriores, declarações como as de Yishai "nos fazem retroceder seis meses" nas negociações com os países de origem para que os aceitem outra vez, informa o site do jornal "Ha''aretz".

"Todos esses falatórios não solucionam problemas. Tivemos avanços significativos nas conversas com seus países de origem (dos imigrantes) e, infelizmente, nas duas últimas semanas, todos os nossos esforços foram apagados", lamentou o chanceler.

EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados.

domingo, junho 3

Onde Estão Os Cristãos?



Bento 16 é um diplomata: na sua mensagem de Páscoa, o papa apelou ao fim dos confrontos na Síria. E, com cautelas mil, teve ainda uma palavra de preocupação pelos cristãos do mundo inteiro, que sofrem pela sua fé e são perseguidos pelas autoridades locais.

O papa fez bem em levantar o véu. Mas um leitor interessado nos pormenores sórdidos da vaga anti-cristã --nomes, números, crimes etc.-- deve ler a edição pascal da revista "The Spectator". Que, dessa vez, dedica uma especial atenção aos cristãos do Oriente Médio. Primeira conclusão: os cristãos da zona não estão a gostar da "primavera árabe".

Pelo contrário: para muitos deles, a primavera virou inverno e a sobrevivência deixou de ser uma certeza. Conta a "Spectator": nos inícios do século 20, os cristãos árabes representavam 20% da população total. Hoje, andam pelos 5%.

Existem casos para todos os gostos. No Iraque, por exemplo, a invasão americana de 2003 encontrou uma comunidade robusta de 1,4 milhões de cristãos. Passaram-se quase dez anos --e, em dez anos, aconteceu de tudo: a destruição de igrejas (70); a morte de fiéis (cerca de 1000); e a fuga de 800 a 900 mil do país. Hoje, dos 1,4 milhões iniciais, restarão uns 400 mil.

sábado, junho 2

Theodor Herzl



Theodor Herzl nasceu em Budapeste, 2 de Maio de 1860 — Edlach, 3 de Julho de 1904, foi um jornalista judeu austríaco que se tornou fundador do moderno Sionismo político. Seu nome em hebraico era Benjamin Ze'ev (בנימין זאב).

A primeira escola de Herzl foi uma escola primária judaica. Aos 10 anos foi enviado a uma escola real, mas saiu dessa escola por conta do anti-semitismo. Depois foi matriculado num colégio evangélico, onde a maioria dos alunos eram judeus e, por isso, não existiam problemas com o anti-semitismo.

Em 1878 sua família se mudou para Viena.

Apesar de ser formado em Direito ele se dedicava mais ao jornalismo e à literatura.

Ao invés de procurar um emprego fixo, começou a viajar e escrever para jornais.
Na sua juventude freqüentou uma associação, chamada Burschenschaft, que aspirava à Unificação alemã, sob o lema: Honra, Liberdade, Pátria. Herzl era um judeu assimilado.

Em 1894 ele interferiu no Caso Dreyfus, que desvelou na Europa o latente anti-semitismo.

Em 1895 ele escreveu "O Estado Judeu". A principal idéia do livro era que a melhor maneira de formar um estado judeu era formar um congresso sionista formado apenas por judeus. Da idéia partiu para a prática e, pouco tempo depois, já havia formado o "Sionismo Político". No dia 29 de agosto de 1897 foi realizado o primeiro congresso sionista desde a diáspora, na Basiléia. Durante o congresso foi criada a Organização Sionista Mundial,e Herzl foi eleito seu presidente.

sexta-feira, junho 1

Do Magyar Posta



Relendo velhos textos, encontrei algumas respostas para fatos vivido nesses dias de hoje.

São textos do blog Magyar Posta, que mantive por dois anos.

Do Magyar Posta:

"O nosso maior erro consiste em tentarmos colher de cada pessoa em particular as virtudes que elas não têm, e de nos esquecermos de cultivar as que de fato são suas.

Me pego cheio de frustações exatamente por não receber resultados baseados em minhas falsas visões daqueles que me rodeiam. A culpa é toda minha. Quero de cada um aquilo que não podem dar, já que não são aquilo que projeto. Com isso, acabei vendo que muito trabalho, analisado com base no ser real, pode ser até melhor que um suposto trabalho feito ao modo do meu olhar.

A todo modo, começo a achar que boa parte das coisas ruins aqui surgidas, se deram pelo simples fato dos outros tentarem corresponder à minha visão deles. De produzirem trabalhos completamente fora de seus curso natural.

Penitencio-me... Muito do ruim se deu por minha própria culpa.

Preciso mudar isso."

quinta-feira, maio 31

Meu Amor Marinheiro


Tenho ciúmes, das verdes ondas do mar
Que teimam em querer beijar teu corpo erguido às marés.

Tenho ciúmes do vento que me atraiçoa
Que vem beijar-te na proa e foge pelo convés.

Tenho ciúmes do luar da lua cheia
Que no teu corpo se enleia, para contigo ir bailar

Tenho ciúmes das ondas que se levantam
E das sereias que cantam, que cantam p'ra te encantar.

Ó meu "amor marinheiro"
Amor dos meus anelos, não deixes que à noite a lua roube a cor aos teus cabelos

Não olhes para as estrelas. Porque elas podem roubar o verde que há nos teus olhos.
Teus olhos, da côr do mar.



Um grande presente na tarde de hoje, de minha estimada amiga Maria Esteves, desde O Porto!

sexta-feira, maio 25

Israel Vira Terra De Exílio Dos Refugiados Da Africa


É uma rua reservada para pedestres, imprensada entre as duas estações rodoviárias de Tel-Aviv. Agências de câmbio, lanchonetes que vendem "shawarma" (sanduíches típicos à base de carne), cabeleireiros especializados nos cortes de tipo "afro", e lojas de equipamentos de telefonia estão enfileirados numa extensão de 300 metros de asfalto em mau estado, numa rua coberta por embalagens gordurosas jogadas ali pelos usuários. Nesta área, não há nenhum surfista estilizado, e tampouco qualquer jovem executivo apressado. Invadido pela cacofonia das buzinas e pelos gases de escapamento dos microônibus, o bairro de Neve Sha'anan há muito foi desertado pela fauna antenada de Tel-Aviv. Aqui, vivem aqueles que foram deixados para trás pelo crescimento econômico israelense, os marginais de toda laia. E, num movimento que vem ocorrendo há um ano, também moram aqui milhares de refugiados, oriundos em sua maioria do Sudão e da Eritréia, os quais conferem a este lugar uma aura improvável de "Little Africa" (Pequena África).

Ismail Ahmed é um desses imigrantes recém-chegados. Este pai de família bonachão que aparenta ter 40 anos é um sobrevivente dos massacres do Darfur. Ele abriu no início de abril um pequeno cibercafé. Nele, as crianças sudanesas costumam reunir-se para intermináveis partidas de videogames on-line. À noite, Ismail dá aulas de inglês e de informática para os seus pais. À medida que ele vai sendo bem-sucedido, Ismail se prepara para renovar seu parque de computadores. Na vitrine do café, ele dependurou uma grinalda de bandeiras cunhadas com a estrela de Davi. Ele assim fez para expressar o seu profundo reconhecimento pelo seu país de adoção. As bandeirinhas são as testemunhas do percurso inesperado que ele efetuou no espaço de um ano.

Foi no dia 1º de julho de 2007 que Ismail pisou pela primeira vez o solo de Israel, junto com a sua mulher Halima e seus quatro filhos. "Faltavam quinze para as 11h da manhã, precisamente", diz. Após uma caminhada extenuante de sete horas pelo deserto do Sinai, a família havia conseguido enganar a vigilância das tropas egípcias e encontrar um caminho para transpor a cerca de arame-farpado que marca a fronteira com o Estado judaico. "Nós empreendemos a viagem a partir do Cairo, amontoados na traseira da picape do nosso passador beduíno; todos nós tínhamos um cobertor sobre a cabeça", conta Ismail. Após terem descansado durante 24 horas num acampamento a pouca distância da fronteira, e após terem enfrentado uma derradeira caminhada por uma trilha de cascalho, os refugiados avistam finalmente o alvo que tanto almejavam.

quinta-feira, maio 24

Adolpho Bloch


Toda trajetória de um dos maiores empresários que o nosso país já teve iniciou-se no dia 8 de outubro de 1908 em Jitomir, uma bela cidade russa banhada por seis rios e com uma população estimada naquela época em aproximadamente 100 mil habitantes. Naquele exato dia nascia Adolpho Bloch.

Em sua infância, Adolpho já convivia com as atividades comerciais. Sua família possuía uma litotipografia e uma fábrica de gelo em sua própria residência, inclusive a companhia de um tabelião, o qual o próprio Bloch devia muito a ele em sua maneira de ser. Mas a sua convivência não se restringia apenas aos serviços profissionais de sua família. Aos nove anos, Adolpho Bloch foi testemunha ocular da Revolução Russa, assistindo às diversas guerras, ao medo e ao pavor, razões levaram o então menino a se transformar em um adulto ainda naquela idade. Com o tratado de Brest-Litovsk, assinalando a paz entre a Rússia e a Alemanha, mais de dez milhões de soldados voltavam desordenadamente do front. Os habitantes de Jitomir, inclusive a família Bloch, foram brindadas com vários progroms promovidos pelo General Petliúra.

O primeiro pogrom do General Petliúra começou logo após a sua chegada a Jitomir, à frente de seu exército de cossacos, tão belos no palco, mas tão ferozes na vida real. A violência contra os judeus foi inaudita. A matança foi geral. Eram oito pessoas na sala da residência da família Bloch quando os cossacos surgiram, desembainhando seus sabres e exigindo ouro, jóias e objetos de valor como resgate da vida daqueles que se encontravam naquela sala. A mãe de Adolpho tinha apenas 45 anos de idade naquela ocasião e já estava preparada para a situação, entregando aos cossacos um porta-jóias. Ninguém foi massacrado naquele instante e local, onde o pequeno Adolpho quase não podia respirar de tanto ódio. E pensava: "se eu pudesse fazer faltar o ar, por um minuto que fosse, os cossacos morreriam e pagariam caro a violência que cometiam".

quarta-feira, maio 23

Adolpho Bloch - 2


Um impressor da oficina dos Blochs tinha um filho que era maquinista do trem que ia para Bieloie-Tserkvi. Ele se mostrou disposto a levar uma outra irmã de Adolpho, chamada Sabina, até lá a fim de trazer seis sacos de trigo. Tiraram as cortinas italianas do apartamento para fazer os sacos. Sabina sentou-se junto ao maquinista, na locomotiva que era a carvão. O trem apitava a cada dez minutos anunciando a partida, mas não saía do lugar. No fim de seis dias, ela finalmente recebeu a notícia de que o trem não ia partir. Voltou para casa com a cara suja de carvão, sem os sacos que lhe foram roubados e com os rins afetados, pois durante os seis dias ela não podia ir ao banheiro com medo de perder a viagem.

Os Blochs desceram na estação anterior à Odessa e foram em frente, até o rio Dniester, em um local onde havia grandes plantações de milho. E lá acamparam esperando o momento propício para atravessar o rio e atingir a Bessarábia. Em uma noite de luar ouviram cerrado tiroteio. Souberam depois que várias famílias que desejavam atravessar o rio haviam sido fuziladas. Veio um mensageiro que os alertaram do perigo. Deviam esperar uma noite de lua nova para tentar a travessia. Isso levaria muitos dias. A sede era horrível, embora a água estivesse a menos de 200 metros. Bebiam gotas, quando podiam.

Finalmente, atravessaram o rio Dniester em uma noite muito escura. Do outro lado os esperavam carroças de palha de milho. Homens barbados e experimentados, vestidos com camisas ucranianas bordadas no peito e nos pulsos, arrumaram-os na parte da frente das carroças, junto aos cavalos, em grupos de três ou quatro pessoas. Na fronteira, os guardas enfiavam enormes garfos na palha. Adolpho ouvia o barulho do ferro na palha mas estava longe, no outro canto da carroça. E assim chegaram a Dobreven, já na Bessárbia. Sairam felizes, com restos de palha nos cabelos e nas roupas. Entraram em um casebre pequeno, onde o chão era de terra batida. Foi ali que Adolpho conheceu a aramatchka iv joper lhubit lest, flor típica da região. E provaram um prato inesquecível, típico da Romênia: o mameligue (angu de fubá). Consagrou-se como um dos pratos mais deliciosos já comido por Adolpho Bloch, pois para ele representava o prato da liberdade. Ali permaneceram uns dias e depois rumaram para o porto de Galátz. Ficaram em um hotel perto do cais. Adolpho gostava de ver as enormes barricas de arenque que exportavam. Aquele região era muito rica.

terça-feira, maio 22

Adolpho Bloch - 3


Saindo de Gênova, um dia depois chegaram a Barcelona. Todos os passageiros podiam descer a terra, menos os de terceira classe. De lá, rumaram para Dancar. Foi a primeira vez que viu negros. Eram crianças simpáticas, falando francês. Os passageiros jogavam moedinhas na água e os garotos mergulhavam para apanhá-las, um espetáculo habitual que fazia parte das distrações da viagem.

Chegando ao Brasil, no início de 1922, a família Bloch instalava-se na cidade do Rio de Janeiro. De bagagem, trouxeram a saúde. Como riqueza, um pilão. Foram morar no Andaraí-Leolpoldo. Achava a cidade muito interessante. Vendia-se tudo na rua: peixeiros com suas varas apoiadas nos ombros, levando as grandes caçambas onde o peixe parecia ter saído naquele instante do mar. O dono do armazém logo oferecia o seu caderno de fiado (sem correção monetária) e as amostras de excelentes sardinhas Vasco da Gama, bacalhau, manteiga, era uma vida diferente. O padeiro, o homem do botequim, todos queriam ajudar. Só se pagava no fim do mês. Isso cativou os Blochs para sempre.

O Brasil se preparava para comemorar o Centenário da Independência e Adolpho freqüentava a Escola Francisco Cabrita, na Rua Major Ávila, perto da Praça Saenz Peña. A professoara chamava-se Carmem, achava-me muito grande e sabido para freqüentar aquela turma. Mal ela sabia que ele estava apaixonado por ela. E em muitas noites ela lhe vinha em sonhos.

Foram depois para a Rua Conselheiro Costa Pereira, 45, nos fundos da Fábrica de Tecidos Corcovado. Em frente passava um canal. A casa tinha uma sala e dois quartos pequenos. No verão, os Blochs costumavam dormir de janelas abertas. Eram, então 10 pessoas e uma empregada mineira, chamada Aurora, uma alma nobre. Obrigava-os a contar para ela os nossos sonhos para fazer sua fé no bicho. Jogando 200 réis ela podia ganhar 1.400. com isso ela fazia a feira, depois do meio-dia, omprando as xepas. À noite, o guarda-noturno apitava, apitava e uma de suas irmãs ia à janela e convidava-o a verificar o que podia ser roubado da casa onde viviam. O guarda ficou amigo da família e às vezes trazia coisas para alegrar o jantar. Ele os ensinou a usar luz sem pagar à Light. Bastava uma moeda de 400 réia que se colocava no lugar do fusível. De dia, retiravam a moeda. Para o fiscal da Light, diziam que quando tivessem dinheiro mandariam ligar a luz de novo. O problema eram as lâmpadas. Muitas vezes tiveram que trocar a lâmpada de um cômodo para outro, porque não tinham condições de ter três lâmpadas. Era luxo demais.