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quinta-feira, novembro 24

Gueto De Bolonha


Na Itália, quando procurava o caminho para visitar a Universidade de Bolonha, provavelmente a mais antiga do mundo (de 1088), surgiu à minha frente a placa desafiadora: “Museu Hebraico”. Não resisti à tentação e virei à esquerda, como indicava a seta, para realizar uma comovente visita ao passado daquela região.

Ali existiu a Sinagoga do Gueto de Bolonha. Em 1593, os judeus foram expulsos, deixando para trás experiências vividas desde 1353. Em 1482 vieram à luz publicações como o Livro dos Salmos e Os Princípios da Torá, delarga utilização na comunidade. Há lembranças das atividades exercidas pelos rabinos Samuel Archivolti, Azariá de Rossi, Yakov Mantino e Obadia Sforno. As luzes culturais do Povo de Israel se estendiam às cidades de Ferrara, Modena e Parma.

quarta-feira, novembro 23

Nunca Faça O Mal

No início dos ensinamentos do Budha Shakyamuni, todo o seu ensinamento e regras condensavam-se assim, no Verso dos Sete Budhas:

Nunca faça o mal
Faça sempre o bem
Purifique a Mente

Esses são os ensinamentos de todos os Budhas.

terça-feira, novembro 22

A Humildade

O Talmud nos ensina que "uma única moeda no cofre faz barulho". Porém, quando o cofre está cheio, as moedas não soam ao serem chacoalhadas. O que nossos sábios querem ensinar-nos ao observar este fenômeno natural?

Quando o cofre está vazio, com poucas moedas, é possível escutar o ruído. Isto significa que, quando alguém não possui dentro de si muita sabedoria e nem qualidades especiais é justamente esta pessoa quem faz mais barulho. Porém, aquele que está repleto de virtudes, dificilmente ouvimos algo a seu respeito, pois a humildade que o acompanha faz com que seja bem discreto. Quanto maior e mais importante é a pessoa, mais humilde ela tem que ser.

A Humildade II


A natureza do ser humano é feita de tal maneira que quando ele se concentra e pensa em algo vital, não pode desligar-se daquilo e nem consegue dar importância a assuntos menos necessários. Quando alguém acha que merece tudo do bom e do melhor, um carro mais bonito, uma casa mais confortável, roupas de luxo e assim por diante, apesar de não cometer nenhum erro ao desejar tudo isto, estará degradando-se. Pois não terá tempo para pensar nas mitzvot que, a seu ver, não são consideradas algo vital e assim ele chegará a esquecer-se do Eterno. E é esse mesmo o significado da afirmação do Talmud: "D'us diz ao orgulhoso, Eu e você não podemos morar juntos".

O Judaísmo E As Mulheres


Como o judaísmo encara as mulheres?

No judaísmo as mulheres são vistas como diferentes dos homens, mas iguais em importância e não - como muitos supõem - inferiores. 

As obrigações das mulheres e suas responsabilidades são diferentes daquelas dos homens, mas isto não significa que são menos importantes. A igualdade entre homens e mulheres se inicia no mais alto nível possível: em D’us. No judaísmo D’us nunca foi visto como um Ser masculino ou com características exclusivamente masculinas. Pelo contrário, Ele tem qualidade masculinas e femininas. De acordo com judaísmo, as mulheres são dotadas com um grau maior de “binah” (intuição, compreensão, inteligência) que os homens. 

Desde os tempos bíblicos mulheres eram altamente respeitadas entre os Filhos de Israel, suas opiniões ouvidas e, em vários casos, foram líderes entre seu povo. Miriam é considerada uma profetisa e um dos libertadores dos Filhos de Israel junto com seus dois irmãos - Moisés e Aaron. Deborah foi uma dos Juízes de Israel. E 7 entre os 55 profetas da Torá eram mulheres.


Morashá

quarta-feira, novembro 16

Liberdade


Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:

- E daí? Eu adoro voar!

Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre


Clarice Lispector

segunda-feira, novembro 14

Tradições: Casamento no Marrocos I


Alguns costumes variavam, de comunidade para comunidade, segundo as influências que cada uma absorvera da cultura árabe, berbere e espanhola, ao longo dos séculos. No entanto, a influência dos megorashim - judeus de origem ibérica - apesar de ter sido sempre mais forte nas cidades da costa norte, se espalharia por todo o país. Somente nas pequenas comunidades montanhosas do interior, os toshavim, isto é, "os habitantes do lugar", como eram chamados os judeus que viviam no Marrocos antes da chegada dos sefaradim, apegaram-se tenazmente a suas próprias tradições.

Ainda hoje, vários dos costumes e tradições relacionados à celebração do casamento são seguidos tanto pelos judeus que ainda vivem no país como pelos que o deixaram, estabelecendo-se em outros países.

domingo, novembro 13

Tradições: Casamento no Marrocos II


O "Grande vestido", El-keswa el-kebira

Nas terras onde se fixaram os judeus espanhóis, trajar uma noiva merecia grandes preparativos e suntuosidade, sendo comparado aos preparativos de uma rainha para a cerimônia de sua coroação. O vestido da noiva, rico e elaborado, assemelhava-se aos trajes usados pelas rainhas de Espanha. Chamado de "El Gran vestido", ou pelo seu nome árabe, el-keswa el-kebira, durante séculos este majestoso traje foi usado sob a chupá por grande parte das noivas marroquinas, indício da grande influência dos sefaraditas sobre as comunidades judaicas do Marrocos.

sábado, novembro 12

Tradições: Casamento no Marrocos III


A Ketubá lida sob a chupá era preparada com antecedência, sendo quase sempre escrita à mão, por um sofer. Na cidade de Tetuan era costume mencionar o nome dos noivos seguidos pelo de seus respectivos pais e avós, além do sobrenome de cada um deles. Em Tânger, era costume guardar o contrato de matrimônio no Bet Din, para evitar que um documento tão importante para a noiva pudesse perder-se. Em virtude da forte influência dos judeus ibéricos sobre os judeus tangerinos, usava-se como medida monetária nas Ketubot a moeda espanhola, a dura fuerte.

quinta-feira, novembro 10

Eu E O Mar Oceano...


Nascido no meio de araucárias, que brotam nas montanhas do Paraná, poderia eu ter-me tornado um homem com os pés plantados em terra firme. Um pesquisador, como o meu avô paterno que se embrenhava pelos contrafortes da serra em busca de pequenos pedaços de rochas e cristais que, depois de minuciosamente catalogados, eram orgulhosamente expostos em uma estante, na sala onde recebia os amigos. Se olhasse para além da serra, poderia ter seguido os passos do outro avô e aprendido a amar a arte de cavalgar, o prazer de ver sair da terra escura a vida em verdes folhas. Ele era um homem que adivinhava a chuva com um simples olhar no céu, que observava as sementes postas na palma de sua grande mão, como que se ali estivesse um grande tesouro.  

Dessa época de geologia e agronomia eu trago muitas lembranças. Histórias fantásticas de descobertas e sonhos. Um tempo em que fui um pequeno soberano de um reino imaginário e lá iniciei minhas primeiras conquistas, para depois dominar o Mar Oceano que se abre desde as Colunas de Hércules e que um dia engoliu Atlântida.

quarta-feira, novembro 9

Kristallnacht - A Noite Dos Cristais


Em 9 de novembro de 1938, sinagogas foram incendiadas em toda a Alemanha. Polícia e bombeiros foram impedidos de agir pelo governo nazista.

Aquela que ficaria conhecida no próprio jargão nazista como a "noite dos cristais quebrados" marcou o início do Holocausto, que causou a morte de seis milhões de judeus na Europa até o final da Segunda Guerra Mundial.

A "Noite dos Cristais" (Kristallnacht ou Reichspogromnacht), de 9 para 10 de novembro de 1938, em toda a Alemanha e Áustria, foi marcada pela destruição de símbolos judaicos. Sinagogas, casas comerciais e residências de judeus foram invadidas e seus pertences destruídos.

Dostoiévski E Outros Russos

Com 14 títulos de Dostoiévski, editora quer esgotar principais romances do escritor russo


Entrevista: Marina Darmaros, Rossiyskaya Gazeta(Gazeta Russa)


Com 29 russos de um catálogo total de 32 títulos, a coleção Leste é um dos grandes sucessos da Editora 34. O editor Cide Piquet, que trabalha há 12 anos na casa e é um dos responsáveis pela coleção hoje, recebeu a Gazeta Russa para contar um pouco do projeto às vésperas do lançamento de O Duplo, de Fiódor Dostoiévski, e Minha Vida, de Anton Tchekhov. E já adiantou que um dos próximos projetos da editora são os contos de Kolimá, de Varlam Chalamov.

terça-feira, novembro 8

Memórias Em Natal - Ala Judaica


Ala Judaica do Cemitério mais aintigo da Cidade do Natal, capital do Rio Grande do Norte.

A caracterização do cemitério como um espaço ecumênico público é uma invenção que no Brasil remonta ao início do século XIX. Até então, costumava-se sepultar os mortos no interior ou nos adros dos templos e conventos, uma prática que, naturalmente, não contemplava pessoas à margem do padrão social declarado branco e católico. 

Muito embora tenha-se verificado ao longo da história brasileira alguns hiatos nos quais se observou a ocorrência de grupos marginais improvisarem seus próprios campos santos, negros, mouros, protestantes e judeus estavam, por força da lei, proibidos de fixarem abertamente espaços públicos para inumar os seus mortos. Com a vinda da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, Dom João VI celebrou com a Inglaterra um tratado de livre navegação que fixava, entre outras coisas, a liberdade para construção de cemitérios de confissão protestante. Aberto o precedente, membros de outros credos imediatamente lançaram mão do expediente de adquirirem espaços próprios nestes cemitérios.

segunda-feira, novembro 7

Os Anjos Não Deixam Pegadas


Baseado na afirmação do Talmud de que os anjos apenas ficam parados, enquanto os seres humanos podem caminhar.

Nesta afirmação está implícito que por mais santificados que sejam os anjos, eles o são por terem sido criados desta forma. Sua santidade não é fruto de suas próprias ações. Os anjos não conseguem aperfeiçoar-se. Não se podem tornar ainda mais santificados do que quando foram criados. Pois os anjos são estacionários, nem progridem nem retrocedem.

Ortodoxos Em Portugal


Sinagoga Ohel Jacob é a única sinagoga ashkenazi em Portugal. É uma sinagoga de tradição ortodoxa, que, após um período de suspensão de serviços e nova formação/constituição acolheu os primeiros Bnei-anussim (literalmente: filhos dos conversos – “marranos”) que pretenderam regressar à tradição dos seus ancestrais forçados à conversão cristã durante a Inquisição.
Desde a década de 90 que é a sinagoga onde os Bnei-anussim se sentem em casa e onde com grande prazer e honra a Kehilat Beit Israel foi autorizada pela Direção da Associação de Juventude Israelita Hehaber a utilizar o espaço, para as prácticas do rito Masorti (Tradicional / Conservador).

Foto - Marco Moreyra

domingo, novembro 6

A Árvore Da Felicidade

A árvore da felicidade é uma planta que está muito ligada a uma tradicional lenda japonesa.  

“Existiu no antigo Japão a lenda de uma árvore mágica que diziam trazer felicidade e realizações a todos que passassem por ela. A pequena Haru morava numa aldeia com sua família e vivia em dificuldades, já ouvira sua avó contar essa lenda, tendo o sonho infantil de encontrar essa árvore. Certa manhã, ela e Anisan, seu irmão, brincavam pelas redondezas quando viram um velhinho sentado em uma pedra e dele se aproximaram. Descobriram que aquele homem vinha de muito longe em busca da Árvore da Felicidade…

sábado, novembro 5

Shabbat Shalom


Shimon, o Justo, um dos últimos participantes da Grande Assembléia, afirmava: "Sobre três coisas se sustenta o mundo: o estudo da Torá, o serviço Divino (a oração) e guemilut chassadim, os atos de bondade". (Pirkei Avot - A Ética dos Pais).

sexta-feira, novembro 4

O Pogrom De Lisboa


Lisboa é uma cidade de belos monumentos. Lá existe um monumento de uma beleza discreta, em sua forma limpa e direta, mas de memória amarga. Porém, muitas pessoas passam sem se dar conta da sua importância, outros mesmo nem percebem a sua existência. Há quem pare e o observe, mas sem a noção de sua relevância histórica. Esse monumento é em homenagem aos judeus mortos no ano de 1506, no chamado "Pogrom de Lisboa" ou a "Matança de Lisboa", um episódio cruel e insano.

quinta-feira, novembro 3

A Relação Budismo - Judaísmo


O princípio budista ensinado por Buda estabelece que, onde quer que o Nobre Caminho Óctuplo seja encontrado, há seu Dharma. Isso significa que qualquer religião, até o ponto em que ensine aqueles princípios, estará de acordo com o Budismo. Do lado judaico nós temos a leitura rabínica da Torá, que ensina que há sete mitzvoth básicos dados a Noé, que são obrigações para todas as pessoas e, até o ponto em que um professor adere a estes princípios, o sistema é “correto” e não idólatra, e é compatível com o Judaísmo.

quarta-feira, novembro 2

A Arte De Nahum Gutman


Pintor, escultor, desenhista, ilustrador e autor de livros infantis, Gutman criou uma linguagem singular, um estilo artístico verdadeiramente "israeli". Toda a sua criação foi marcada pela paixão que sentia por Israel.

O artista Nahum Gutman serve de referência para o entendimento dos primeiros anos da cidade de Tel Aviv, assim como para o estudo da iconografia da região na primeira metade do século 20. Em sua obra pode-se encontrar um sentido de inocência e de nostalgia pela vida nos primórdios doYishuv – a colonização em Israel nos dias anteriores à criação do Estado. Ele retrata com alegria os elementos religiosos, a vida urbana e a convivência dos diferentes povos que habitavam a região. Sua obra é uma expressão da riqueza cultural judaica em Israel, sem, no entanto, perder de vista os demais habitantes.

terça-feira, novembro 1

Konna Yume Wo Mita


Eu, simples mortal, não me preocupo em estudar os motivos do sonhar, como fizeram Freud e Jung. Apenas sonho. E tenho sonhado muito ultimamente. Sonhos tão bons que me lembro de às vezes acordar sorrindo e com os mínimos detalhes ainda vivos na mente. Daqueles que merecem ser lembrados por todo o dia e que fazem muito bem a alma.